Esse texto de fim de ano vem sacudir os meses que fiquei sem escrever. Pensei em vários temas e até escrevi, mas não publiquei. Quero algo mais profundo e revelador, que desperte o pensamento. Que sutilmente venha confrontar e aflorar um rebuliço dentro de nós. Sou minha melhor companhia. Agora que eu quero ver desenrolar esse rolo pra lá de complicado. Na verdade, não sabemos ser sozinhos, queremos estar juntos, falando, interagindo, aparecendo nas redes sociais, lugares públicos ou mesmo privados, mas sempre com alguém. Mostrar que somos um ser que interage com o mundo, que não somos isolados. Porém, quero advertir que um pouco de isolamento faz muito bem a saúde. Vai nos fazer refletir e respirar o ar puro de um só. Precisamos ser a nossa melhor companhia. Diz uma frase de Fernando Pessoa. ¨ A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo¨. A nossa maior prisão e falta de liberdade está em achar que o outro, ou os outros são capazes de através da sua presença física nos dá o que sozinhos não conseguimos. Na contramão desse pensamento enraizado está nada mais nada menos do que a nossa verdadeira insatisfação. E na famosa necessidade de convivermos com outros, esquecemos por não saber viver com nós mesmos. É nessa hora que as coisas mais simples tornam-se absurdamente necessárias, depositando no outro a responsabilidade de nos suprir. Somos assim, metade esperando a outra parte para completar, quando deveríamos ser inteiros para oferecer o melhor que temos. Para finalizar, eu ficou com uma citação de Clarice Lispector. ¨...Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo¨. Feliz Ano Novo, que venha 2017. Um abraço afetuoso, Edna Vianna.
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