sexta-feira, 15 de maio de 2015

Vivendo na superfície

Vou direto no ponto, porque o assunto nos fará refletir. Superfície é algo que está aparente, externo, a parte interna está encoberta. Então vamos entender o assunto. Quem vive na superfície mostra a parte visível, ou seja, preserva o seu verdadeiro eu. Conhecimento ligeiro e imperfeito das coisas, traduz o dicionário. O Padre Fábio de Melo afirma categoricamente. ¨Só quem ama tem disposição de ir além da superfície¨. Não vou falar de amor, mas há algo de muito sugestivo quando falamos de alguns assuntos. E esse é um deles. Superfície, superficial, é como ficamos muitas vezes. Não mergulhamos fundo, não criamos raízes. Quem vive na superfície, não se envolve, não se compromete e nem sente o calor do outro, muito menos da situação. Como perceber e entender o que vai no pensamento e no sentimentos de quem não se permite ultrapassar. Uma frase me saltou os olhos e diz assim: ¨O fato do mar estar calmo na superfície não significa que algo não esteja acontecendo nas profundezas¨. É muito difícil distinguir o real do imaginário sem confrontar, sem conhecer, sem trocar. Quem está na superfície também está à margem, talvez observando ou quem sabe devaneando. Imaginando quem sabe que ficar assim é melhor, dá menos trabalho. Mas a vida nos exige mais, nos coloca de frente e não de lado. Nos impõe posicionamentos, nos encoraja a mergulhar fundo nas circunstâncias e enfrentar os desafios. Platão foi decisivo em nos alertar: ¨ O que mais vale não é viver, mas viver bem¨.  Charles Chaplin, com um quê de romantismo desperta o sentido de viver: ¨O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar¨. Então podemos dizer que quem está na superfície, está sem uma grande e secreta motivação chamada amor. Há quem irá contestar e dizer que no raso pode ser que decida entrar. Às vezes, a ideia de ter alguém invadindo sua intimidade pode assustar e te levar a não se envolver  garantindo preservar seus tormentos. Porém, você  pode enxergar a vida de forma tão profunda que se sente isolado. Uma enorme teia de complexidades que lhe faz incapaz. Encarando a vida de forma a se sentir completamente incompreendido e desencaixado num mundo onde parece que ninguém os acompanha. Se esse for o seu traço, ou você tem vivido assim, recomendo mergulhar em si mesmo e se autoconhecer.