quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O diário.

Todos deveriam ter um diário, daqueles que costumamos ter quando adolescentes e sentimos a necessidade de compartilhar em umas folhas, o mais profundo do nosso íntimo, como seria bom e diminuiria assustadoramente nossos inconvenientes. Falar para alguém, mesmo que diariamente o que você sente não tem tanta eficácia do que escrever e depois reler. O efeito é bombástico se você reler depois de um certo tempo. Chega ser intrigante as palavras e a forma como elas estão desenhadas no papel. Normalmente vai ter uns desenhos em volta, aspas, parênteses, coisas sublinhadas, letras desconectas, rasuras, enfim, tudo que fala de você. Para um especialista em análise grafológica um prato cheio de saborosos detalhes sobre sua personalidade. Quer conhecer alguém?_ Olhe bem pra sua letra. Se você não possuir a técnica que permite um diagnóstico, certamente pode ver o seu cuidado e capricho, o desleixo, o exagero nos detalhes, a frieza nas entrelinhas, a verdadeira face oculta de um ser ao longo do seu dia a dia. O conteúdo da escrita vale muito, a história também é importante. Porém, é no todo que avaliamos e definimos um perfil. Mexer no diário alheio, é crime rsrs, muitos tem até cadeado. É segredo de Estado. É você autenticamente desnudo. Não ouse querer ¨matar¨ essa curiosidade, porque jamais você entenderia se não pudesse ler até o fim de tudo. Um mundo de particularidades desconhecidas até mesmo do seu autor. Portanto, eu recomendo essa prática. Quem sabe assim você mesmo se apresenta. Deixa de ser tão convincente de quem você é, e te dá oportunidade de poder ser o que você nem imagina. Então vamos ilustrar o que pode estar escrito num diário: ¨Eles não se entendiam, raramente concordavam em algo, brigavam sempre, e se desafiavam todo dia, mas, apesar das diferenças, algo importante em comum; eram loucos um pelo outro¨. Diário de uma paixão. Ao ler esse disparate, quem não arriscaria polemizar tamanha confissão. Continuando, vamos ilustrar. Olha isso: ¨Espero poder contar tudo a você, como nunca pude contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda¨. Anne Frank, 12 de junho de 1942. Profundo demais, uma expectativa sem fim nessas palavras. E tem mais, segue mais um exemplo: ¨Tenho vontade de escrever e necessidade ainda mais de desabafar tudo que está preso em meu peito, o papel tem mais paciência que as pessoas.¨ O diário de Anne Frank. Essa é pra pensar...Concluo esse despertamento para uma nova realidade, que você pode começar a praticar embalado na frase de William Shakespeare: ¨Aprendi que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular¨.  Não perca o seu dia, registre e guarde. Pense nisso!