quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O avesso

Depois de ouvir, ver e viver inúmeras situações ao longo da minha vida, resolvi falar do avesso. O avesso, nós sabemos ser o lado contrário . Não saímos por aí com a roupa do avesso e se fizer logo alguém dirá pra desvirar.  E se você ignorar, não ligar, claro será taxado(a) de louco(a). Até agora nada de interessante da parte emocional. Então vamos deslanchar e entender o assunto. Vamos trazer para nossa vida o que quero explicar. Já é tarde, mas me sinto instigada a falar desse assunto. Cansada, já me despedi do zap, do face, mas a minha mente não me permite dormir agora. Quero começar usando uma frase de Caio Fernando Abreu, quando ele diz: ¨ E quando você menos espera a vida te vira do avesso, e você descobre que o avesso é o seu lado certo¨. Curiosamente podemos encontrar a solução de muitas questões pessoais quando tudo parece desarrumado, fora de lugar, meio desconexo ou totalmente perdido. A nomenclatura é o que menos conta nessa hora. Porém, fica desconfortável, dói, incomoda, aperta. Sendo assim, só nos resta, consertar, rever, desdobrar, desvirar, não é mesmo? Impulsionada pelo renomado escritor Carlos Drummond de Andrade e com frases de uma de  suas últimas obras chamada: O avesso das coisas. Sigo em frente e lanço ideias pensantes quando ele nos propõe. Amor – Amar sem inquietação é amar sem amor. Felicidade – Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade. Solidão – A solidão gera inúmeros companheiros em nós mesmos. É só escolher uma dessas pra ver que as frases estão na contramão da lógica. Não se preocupe, a solução existe para o problema, se tem direito tem esquerdo, o bem, o mal, o ódio, o amor, a discórdia, a paz, a ferida o perdão. Vou mais além , o avesso revela verdades, desnuda a alma, confronta o outro lado. O avesso está por dentro, escondido. Dentro de nós existe o avesso de coisas e sempre existirão. O exato lado do avesso se encontra nos problemas que não conseguimos resolver, o passado nostálgico que insiste em participar do nosso dia a dia, as surpreendentes situações criadas por nós mesmos. A cegueira da própria alma e a convicção do conhecimento alheio. E para finalizar achei essa preciosidade que alerta: É necessário permitir o vento, bagunçar os cabelos, girar o corpo até ficar tonto e ilustrar com gargalhadas os muros das ruas... virar-se do avesso faz bem quando tudo parece ir mal! Simone Resende. Pense nisso!